Mais de 10,6 milhões de animais foram vacinados nesta 1º etapa de vacinação contra a febre aftosa na Bahia, encerrada no último dia 1º. Isso representa 93,36% do total de bovinos e bubalinos do estado. Os dados são da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), que alcançou esse índice mesmo diante de fatores adversos como o agravamento da pandemia, a falta de vacinas contra a febre aftosa em 14 estados do país, incluindo a Bahia, e, como consequência, duas prorrogações de prazo para a vacinação nos 417 municípios baianos nesta etapa.
Para o secretário da Agricultura do Estado, João Carlos Oliveira, momentos difíceis exigem planejamento e criatividade. “Produtores, técnicos e profissionais da Adab tiveram que reinventar formas de abordagem para o êxito das ações. Em uma situação atípica como a que estamos vivendo, a resposta foi muito boa, superamos os desafios e mostramos o elevado nível de nossos profissionais e a eficácia de toda a estrutura que a Bahia dedica à defesa agropecuária”, avaliou.
A Bahia já possui o status de Livre da Aftosa Febre Aftosa com Vacinação, atestado pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), há 21 anos e a meta é ultrapassar essa classificação. “A vacinação contra a febre aftosa superou mais uma vez as expectativas, mostrando que a integração entre setor produtivo e Governo traz bons resultados”, comemorou o diretor-geral da Adab, Oziel Oliveira.
O diretor lembrou ainda que o esforço tem o objetivo maior de alcançar o status de Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação até 2023. “Será um marco para a agropecuária na Bahia e uma grande vitória para o segmento, com possibilidade de abertura de mercados e ganhos reais para o produtor. Por isso, vamos buscar essa conquista, apostando na competência do corpo técnico da Adab e na união dos pecuaristas”, completou Oziel Oliveira.
Na avaliação do diretor de Defesa Animal da Adab, Carlos Augusto Spínola, as dificuldades durante a campanha foram enfrentadas com criatividade nas estratégias de divulgação, fiscalização da venda e declaração da vacinação. “Temos equipes eficientes que, aliadas à conscientização dos produtores, resultou em um processo dinâmico e positivo, com participação em massa de toda a cadeia produtiva”, enfatizou Spínola.
Estratégias
A Bahia sempre imunizou o rebanho acima de 90%, conforme determinação preconizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mampa), um dos parceiros da Adab nas ações de defesa agropecuária. “A atividade do serviço veterinário oficial requer responsabilidade compartilhada, fiscais atuantes, respostas rápidas às demandas e, fundamentalmente, trabalho em conjunto com os pecuaristas baianos”, aponta o coordenador do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA-BA), José Neder, elencando algumas ações simples, mas importantes para o sucesso da campanha, como carros de som, mídias digitais, spots de rádio e outdoors disponibilizados pelo Governo do Estado.
Durante o período da vacinação, as equipes da Adab avaliaram rotineiramente o desenvolvimento do cronograma de atividades, realizando os ajustes necessários em cada um dos 27 territórios. “Temos muito respeito com este trabalho porque sabemos o tamanho do patrimônio agropecuário da Bahia. Por isso, as ações nos escritórios são realizadas com todos os cuidados e orientações aos criadores e trabalhadores rurais”, salientou Neder.
A vacinação contra a febre aftosa na Bahia foi iniciada no dia 1º de maio e teve um calendário diferente com duas prorrogações, sendo a primeira até 30 de junho e a segunda até 16 de julho. O prazo final para a compra e a declaração de vacinação dos animais ficou estabelecido em 1º de agosto, em qualquer um dos 384 escritórios da Adab. Desde o dia 2 de agosto, o produtor só pode comprar vacina e imunizar seu rebanho mediante autorização da agência.
Todas as ações ocorrem em conjunto com o Grupo Gestor formado pela Superintendência Federal da Agricultura (SFA), Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), Universidade Federal da Bahia (Ufba), Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), Sindicato de Carnes (Sincar-Ba), Fundo de Apoio à Pecuária do Estado da Bahia (Fundap), Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Leite do Estado da Bahia (Sindileite) e Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag).