Mulher de 24 anos morre em Valença e jovem de 21 anos está em investigação
A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) confirmou a primeira morte por Febre Oropouche no estado. A vítima, uma mulher de 24 anos, residente em Valença, cidade localizada a 123 km de Salvador, faleceu em março deste ano. A causa da morte só foi confirmada nesta segunda-feira (17), após a realização de diversos exames. Mais detalhes sobre o quadro de saúde da paciente não foram divulgados pela Sesab ou pela prefeitura de Valença, que informou apenas que a jovem morava na zona rural. Um segundo caso de morte por Oropouche está sob investigação em Camamu, cidade a 72 km de Valença.
“São dois casos de pessoas jovens, saudáveis, sem comorbidades. Isso nos chamou ainda mais atenção”, alertou o infectologista Antônio Bandeira, integrante da vigilância estadual. Segundo o médico, até o momento não havia nenhum registro de morte por Oropouche na literatura médica.
A Bahia enfrenta um surto da doença. Desde março, já foram confirmados 691 casos em 48 municípios. As primeiras ocorrências foram registradas em Valença, onde o primeiro óbito foi confirmado, e em uma cidade vizinha, Laje. Até a última atualização da Sesab, Gandu, no baixo sul, liderava o ranking de casos, com 81 registros. Amargosa, no Vale do Jiquiriçá, aparecia com 66 casos positivos, seguida por Uruçuca, no sul, com 50.
Sobre a Febre Oropouche:
- Transmissão: Causada pelo vírus Oropouche, transmitido pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Não há registro de transmissão direta entre pessoas.
- Histórico: O arbovírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, na amostra de sangue de uma preguiça capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram registrados no país.
- Sintomas: Febre, dor de cabeça e dores musculares, semelhantes aos de outras arboviroses como dengue e chikungunya.
- Tratamento: Não há tratamento específico. O foco é no alívio dos sintomas.