No Dia Mundial da Doença de Chagas, o Ministério da Saúde financiou parte de um projeto que busca a eliminação da transmissão congênita da doença. O projeto, de US$ 19 milhões, é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que firmou convênio nessa quarta-feira (14) com a agência global Unitaid. O objetivo é reduzir a transmissão da doença de mãe para filho ao ampliar e melhorar o acesso ao diagnóstico, tratamento e atenção integral por meio de abordagens inovadoras e sustentáveis.
O projeto tem dois eixos principais: a primeira parte envolve uma estratégia de diagnosticar, tratar e cuidar, com uso de testes rápidos para identificar pacientes crônicos, e biologia molecular para diagnosticar a forma congênita da Doença de Chagas. Já na fase de inovação, estudos avaliarão uma forma alternativa de teste rápido para facilitar o diagnóstico da doença na Atenção Primária e um novo tipo de tratamento em um período de tempo mais curto.
A transmissão de mãe para filho é considerada uma das principais formas de propagação da Doença de Chagas no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem 1,12 milhão de mulheres em idade fértil infectadas na América Latina, onde são esperados anualmente entre 8 mil e 15 mil bebês nascidos com a doença.
Doença de Chagas
A Doença de Chagas é transmitida pelas fezes de parasitos infectados após picada pelo inseto barbeiro; ingestão de alimentos contaminados com parasitos; transmissão de parasitos de mulheres infectadas para os bebês, durante a gravidez ou o parto; transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados a receptores sadios; e, acidentalmente, pelo contato da pele ferida ou de mucosas, com material contaminado.
Em 2020, o Ministério da Saúde repassou R$ 35 milhões para fortalecer as ações de combate à Doença de Chagas em 319 municípios. Além disso, também no ano passado, a pasta investiu R$ 6 milhões no Projeto Integra Chagas para ampliar o acesso, detecção e tratamento da doença na Atenção Primária em seis municípios.
O ministério também apoiou financeiramente a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na criação de um curso para profissionais da Atenção Primária sobre a doença, que ocorrerá no segundo semestre deste ano.