O Grupo Casas Bahia anunciou no domingo (29/04) a entrada em um processo de recuperação extrajudicial com o objetivo de alongar e renegociar as taxas de juros de suas dívidas financeiras, que totalizam R$ 4,1 bilhões. A medida visa reestruturar o perfil dos débitos com o Bradesco e Banco do Brasil, credores que detêm 55% dos créditos da varejista.
Pontos-chave do plano de recuperação:
- Alongamento da dívida: Ampliação do prazo de pagamento para até 72 meses (6 anos).
- Renegociação dos juros: Redução da taxa de juros para CDI (próxima à Selic) + 1% a 1,5% ao ano.
- Carência: Suspensão do pagamento de juros por 24 meses e do principal por 30 meses.
- Conversão de dívida em ações: Possibilidade de credores trocarem parte da dívida por ações da empresa.
Benefícios esperados:
- Redução do custo da dívida: Economia de R$ 400 milhões nos próximos quatro anos.
- Melhora do fluxo de caixa: R$ 4,3 bilhões a mais nos próximos quatro anos, sendo R$ 1,5 bilhão já em 2024.
- Maior flexibilidade: Melhora na perspectiva de crédito e na relação com fornecedores, seguradoras e futuros credores.
- Segurança contra volatilidade: Maior segurança contra oscilações do mercado, impulsionando a confiança na execução do Plano de Transformação.
Plano de Transformação em andamento:
- Fechamento de lojas: Até 100 lojas fechadas em 2023.
- Demissões: Mais de 6 mil funcionários demitidos.
- Redução de estoques: R$ 1 bilhão em redução de estoques prevista.
- Foco no marketplace: Itens de menor margem transferidos para o marketplace, liberando espaço nas lojas físicas para produtos mais lucrativos.
Impacto da recuperação extrajudicial:
- Sem impacto em outras dívidas: A medida não afeta outras dívidas da empresa, como as com fornecedores e parceiros.
- Manutenção do pagamento de obrigações: Pagamentos continuarão sendo honrados de forma regular e tempestiva.
- Foco na rentabilidade: A Casas Bahia segue comprometida com a rentabilidade, fluxo de caixa e disciplina do capital empregado.
Declarações do presidente da Casas Bahia:
- Renato Franklin: “Continuaremos focados nas alavancas operacionais, melhorando nossa eficiência e produtividade. Manteremos o foco na rentabilidade e fluxo de caixa com elevada disciplina do capital empregado.”
Expectativas:
A Casas Bahia espera que a recuperação extrajudicial, em conjunto com o Plano de Transformação, contribua para a sustentabilidade da empresa e sua recuperação no longo prazo.